Mato Grosso tem a maior taxa de mortes por acidentes elétricos no país para o 1° semestre. Dados da Associação Brasileira de Conscientização para Perigos da Eletricidade (Abracopel) apontam que com 3,26 mortes por milhão de habitantes, 45% dos acidentes envolvendo eletricidade neste ano terminaram em fatalidade. No Estado, 20 pessoas morreram em 44 registros feitos até julho.
Os acidentes com energia elétrica abrangem choques elétricos, incêndios por sobrecarga e descargas atmosféricas (raios). No Estado, a maioria das mortes (95%) e dos acidentes (52,2%) envolvem os choques elétricos. Foram 19 óbitos e 23 acidentes, ou seja, houve morte em 82% dos casos. Quanto às sobrecargas, o Estado registrou 20 acidentes e não houve registro de mortes. Em relação às descargas atmosféricas, foi registrado um caso com morte.
Diretor-geral da Abracopel em Mato Grosso, o engenheiro eletricista Walter Aguiar afirma que os dados são preocupantes já que Mato Grosso vem aumentando anualmente a taxa de mortalidade e neste cenário deve fechar 2022 com o 1º lugar. “Em 2019 o estado estava em 5° no ranking de taxa de mortes por choque elétrico, em 2020 saltou para o 4° lugar e em 2021 para o 3º”.
Segundo ele, os números demonstram que há uma falha no processo de educar a população e que a maioria das mortes ocorre no trabalho e dentro de casa. Nos acidentes residenciais os choques elétricos ocorrem por falta de aterramento adequado, sobrecarga do sistema por falta de manutenção na rede e até por uso de equipamentos domésticos desgastados ou pirateados, como carregadores de celular. Quanto aos acidentes no trabalho, a maioria é em rede área de distribuição e ocorre por causa do despreparo e não seguimento de normas de segurança para o trabalho em área energizada.
5 anos
Em relação aos dados fechados nos últimos 5 anos (2017/2021), o Estado já registrou mais de 300 acidentes, a maioria deles em Cuiabá. No ranking dos 5 municípios com mais registros estão, além da Capital com 74 casos, Sinop com 30, Várzea Grande com 21, Lucas do Rio Verde com 20 e Rondonópolis com 19 casos.
Os dados apontam ainda que em Mato Grosso a maioria das vitimas é do sexo masculino e tem de 20 a 50 anos e o localé o trabalho. Já em relação às mulheres, a maioria das mortes por choque elétrico ocorre dentro de casa.
Fonte: Jornal A Gazeta